segunda-feira, 14 de maio de 2007

Microsoft ataca o mundo livre

Um título destes parece tirado de sítios como Microsuck ou de uma palestra de Richard Stallman. Mas não: é a minha tradução para o título de um artigo na rede da revista Fortune. Segundo o artigo, o gigante de Redmond afirma que o software livre tem boa qualidade porque viola mais de 200 patentes da Microsoft. E quer dividendos. Se o conseguir, o software livre vai deixar de o ser.

As patentes sobre software são um conceito relativamente novo. Não são direitos de cópia, que protegem um sistema operativo ou um programa de computador das cópias ilegais. As patentes são registos para a exclusividade de ideias. A Microsoft tem vindo a especializar-se nessa área e já registou ou tentou registar ideias abrangents ou mesmo completamente ridículas. Parece que chegou o momento de obter o retorno desse investimento.

Já há alguns anos que os defensores do software livre insinuam ataques pouco claros por parte da Microsoft; o litígio SCO-Linux é frequentemente citado como exemplo. O acordo entre a Microsoft e a Novell, analisado por outro ângulo no artigo da Fortune, foi visto como um sinal de alerta. Mas muitos defensores do software livre vêm a Microsoft como a mãe de todos os males, as intenções não eram evidentes. No entanto agora trata-se de um ataque directo.

Se a Microsoft tem algo a apontar, seja clara. Os tribunais decidirão quais são as queixas válidas e a comunidade encontrará outras soluções. No entanto a recusa em identificar patentes específicas ou explicar como estão a ser infringidas parece confirmar alguns receios. Dizem que o objectivo da Microsoft é fazer passar a ideia que o software livre está contra as regras, próximo da pirataria, procurando estabelecer licenças com as grandes companhias (que estão dispostas a pagar para evitar problemas), trazendo para as corporações os contratos de manutenção que animam muitos activistas — aqueles que, afinal, são autores do software livre.

Há cerca de 10 anos abandonei o meu quase-envagelismo pelo Mac e converti-me agnósticamente ao Windows. Continuo a utilizar o Explorer, é mais rápido a iniciar e os desajustamentos das páginas não me impedem de ler o conteúdo. Nunca utilizei o PowerPoint, deixei de utilizar o Word; são escolhas pessoais, não é animosidade contra a Microsoft. Mas neste momento estão a atravessar a linha da minha indiferença.

Microsoft, shame on you!

Nota final sobre patentes ridículas:
até ver esta é a minha preferida



Actualização terça-feira, 15 de Maio de 2007:
Uééé, afinal tenho um leitor!

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