sábado, 5 de maio de 2007

Mudar de vida

Numa reportagem recente acerca do comboio urbano da margem-sul, uma jovem com 24 anos afirmava "espero sair daqui para a reforma". Com a actual legislação isso significa 40 anos a trabalhar na mesma empresa.

Um emprego para a vida era o desejo dos nossos pais. A realidade parece não se adequar a esse desejo. Devido a problemas como falências e deslocalizações; ao desejo de obter melhores remunerações ou condições de trabalho; ou simplesmente porque as funções que ontem eram agradáveis hoje já não satisfazem: actualmente estamos "condenados" a ter vários empregos.

Num artigo publicado no New York Times uma sondagem mostrava que os profissionais nova-iorquinos esperam, em média, alterar o percurso 3 vezes e apenas 28% esperam um emprego para a vida. Mas mesmo estas expectativas parecem ser contrariadas pela realidade: quem nasceu nos últimos anos do "baby boom" [década 1960] teve, em média, 10.5 empregos dos 18 aos 40 anos.

Pessoalmente penso que após vários anos a exercer a mesma função as pessoas se tornam um obstáculo à mudança. O princípio é: sempre funcionou bem assim, para quê mudar? No entanto as necessidades à sua volta foram alteradas, a tecnologia permite outro tipo de desempenho ou relações.

Parte da responsabilidade é de quem decide: em vez de procurarem valorizar os trabalhadores através de formação e circulação preferem enviar os "desadequados" para a prateleira ou o desemprego. Mas os indivíduos também são culpados quando se "encostam" à certeza das competências adquiridas e esquecem que é mudando que nos mantemos vivos. Ficam velhos antes de envelhecer.

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