terça-feira, 29 de maio de 2007

OVO - o mundo é já aqui

sábado, 26 de maio de 2007

Hay que ser irresponsable

Este es un blog para seas serio y te organices en cooperativa: ponte el condón, búscate un trío, arma tu banda de black metal, adora a YouTube, discutamos de política y sexo, mitos urbanos y muchas sandeces tecnológicas. Este es el blog irresponsable:
¿Qué puede pasar este domingo 28?
Ya uno no sabe quién se inventa este calentamiento de las calles, si es "la oligarquía golpista" aprovechándose de la nobleza de un pueblo que rechaza la medida en más de un 80% y que se vió abandonada por un TSJ[1] que será juzgado luego por incompetente y miedoso aunque luego falle a favor del canal y abra un antejuicio de mérito contra el Yo Supremo[2], tan sólo para justificar un golpe de Estado al estilo del 11A[3] o si acaso es el gobierno quien busca un Estado de Excepción que le permita anular todo tipo de marchas, destruya la reputación de daño irreparable que se ha labrado RCTV[4] por el arrebato de su señal con algunos episodios graves de violencia e instaure de una vez un totalitarismo militarista de persecusión obsecada. Sin embargo, yo creo que no sucederá absolutamente nada, más allá de accidentes aislados, información y contra­­información, exceso de opiniones mediáticas y manipulación de ambos bandas y ojalá no me equivoque. Venezuela está partida, y ya no es dos nada más.
[1] TSJ: Tribunal Supremo de Justicia (Venezuela)
[2] Yo Supremo: Presidente de Venezuela Hugo Chávez
[3] 11A: Golpe de Estado en Venezuela de 2002
[4] RCTV: Radio Caracas Televisión



Em 11 de Abril de 2002 um golpe de estado na Venezuela substituiu durante dois dias o presidente Hugo Chávez por Pedro Carmona, presidente da associação empresarial Fedecámaras. No dia 12 a emissora de televisão RCTV emitiu um editorial onde o golpe era apoiado: Cayó la revolución: ¡Abajo Chávez!

Segundo o governo venezuelano a licença da RCTV para transmissão em sinal aberto termina amanhã e em 28 de Dezembro o presidente Hugo Chávez anunciou que a licença não seria renovada, o que foi classificado como uma medida contra a liberdade de expressão por várias entidades e considerado negativo por 80% dos venezuelanos. Para a mesma frequência está previsto um canal de "serviço público".

Eu acho que "o irresponsável" aí em cima está a fazer juz ao título do blog, a defesa da liberdade de expressão não deve olhar para a opinião dos que estão a ser ameaçados. No entanto a radicalização do discurso e da acção de Hugo Chávez está a dividir profundamente a Venezuela e é natural que algumas pessoas se recusem a alinhar nas lutas pelo poder.


Actualização domingo, 27 de Maio de 2007:

Directório com opiniões sobre o fim da concessão da RCTV

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Vancouver Film School

Results matter. VFS is a post-secondary entertainment arts school. In just one intensive year at VFS you receive a comprehensive education balancing theoretical instruction and hands-on production. VFS is known as the studio that teaches.

Os resultados estão à distância de um click.


Who Wants To Be An Amerikan - Vancouver Film School (VFS)
written and directed by Aaron Beckum
 

quarta-feira, 23 de maio de 2007

Liberdade: um estudo de caso (II)

Tanto quanto pude apurar domingo não houve notícias sobre o caso do professor alvo de um processo disciplinar porque "insultou" o primeiro-ministro, ou "fez um comentário jocoso" sobre o mesmo. O assunto só foi aquecido por um comentário de Vasco Pulido Valente no Público:
Posto isto, não há nada que se diga ou não diga sobre o assunto [licenciatura de Sócrates] que de longe ou de perto mereça o nome de “insulto”. Vi por aí T-Shirts , com este dístico: “Não andei na Universidade com Sócrates”. São um insulto? Se Cavaco desta vez se cala, aprova a delação colectiva como método político (quem não discutiu a história da licenciatura? Quem não se riu?) e a pena administrativa como represália legítima do Governo. Mário Soares não se calava. Jorge Sampaio também não. A responsabilidade final, de resto, está em Belém.


O Jornal de Notícias de segunda-feira dava conta que o PSD iria enviar um requerimento à ministra da Educação para tentar perceber o que levou à suspensão e publicava uma pequena carta a José Sócrates de Francisco José Viegas:
Seja como for, acho que a directora da DREN se excedeu. Foi mais papista do que o papa e causou-lhe, a si, um problema: o de poder passar a haver despedimentos por "delito de opinião", o que é muito grave. O senhor dirá que não se trata de um despedimento mas, na pobre linguagem da pequena política, já se sabe que não basta "ser" - é também necessário "parecer". Ora, isto parece, exactamente, "delito de opinião".
Este assunto pode vir a ter consequências piores para a imagem do actual governo que o caso da licenciatura. Enquanto a licenciatura não afectou materialmente outras pessoas e até foi desvalorizada pelo espírito "desenrasca" e "cunha" de muitos portugueses; a suspensão parece prejudicar o professor e, pior, foi originada por uma acção odiada por quase todos: a denúncia — há pessoas que não conseguem telefonar às autoridades quando há barulho às 2 da manhã, por vergonha da denúncia.


Terça-feira foi parca em notícias sobre o assunto: apenas um resumo dos acontecimentos no Jornal de Notícias onde era dada uma versão benévola da origem de toda a discórdia:
— Se precisares de um doutoramento tens que enviar por fax.


Hoje o assunto continua no Jornal de Notícias com o pedido de esclareci­mentos sobre o processo disciplinar por parte do provedor de Justiça (também no Público) e vai rebentar no Correio da Manhã e no Diário de Notícias. O primeiro publica nova versão da frase polémica, "confirmada ao CM por fonte oficial":
— Estamos num país de bananas, governado por um filho da p... de um primeiro ministro.

O Diário de Notícias tem, finalmente, quatro artigos na rede. Enquanto a Ministra recusa ir ao Parlamento alegando "autonomia" da DREN, a oposição parlamentar considera o caso uma tentativa de limitação da liberdade de expressão e o governo admite que a decisão foi contraproducente e negativa do ponto de vista político. Além de uma caracterização do professor e uma opinião ligeira temos o que eu mais esperava: os especialistas em direito administrativo (negritos meus):
O constitucionalista Jorge Miranda não conseguiu mesmo esconder a sua indignação com o comportamento de Margarida Moreira, chegando ao ponto de dizer que "quem deveria ser demitido era a directora regional".
Para o professor da Faculdade de Direito de Lisboa, "houve um delator, o que é uma coisa profundamente triste", desabafou. Jorge Miranda entende que "o princípio constitucional da liberdade de expressão não pode ser posto em causa dentro da administração pública". E, acrescenta, "se houve injúria ou difamação, a questão tem de ser resolvida em tribunal e nunca por via administrativa".
A questão da delação foi também vincada por Pedro Lomba. "A responsável ordenou a suspensão preventiva a partir de um testemunho indirecto, o que me parece muito grave num processo de avaliação de culpa". Para este especialista em direito constitucional e administrativo, a suspensão preventiva é "claramente desproporcionada", já que se destina a falhas muito graves dos funcionários, o que "não é manifestamente o caso". Além disso, "é muito discutível que estejamos perante uma infracção disciplinar, que implicaria uma violação dos deveres profissionais".
O advogado Paulo Veiga e Moura, que publicou um livro sobre os direitos e deveres dos funcionários públicos, também condena a sanção aplicada a este professor. Apesar do funcionário público "não ser um indivíduo qualquer, também não é estéril do ponto de vista cívico e político". Assim, se por um lado os trabalhadores do Estado devem aceitar uma limitação da sua liberdade de expressão enquanto desempenham as suas funções, por outro lado, esta contenção só é exigível quando possa estar em causa "um prejuízo para a qualidade ou prestígio do serviço público". Ora, uma simples piada não ameaça o correcto funcionamento do serviço, conclui.
Quase todas as opiniões apontam para o mesmo final: muito dificilmente o professor será considerado culpado. Fica a pergunta: e a directora? Quanto ao delator já sabemos: na melhor das hipóteses vai perder o respeito de quase todos os colegas.

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terça-feira, 22 de maio de 2007

Momento nacionalista do dia



Esta imagem é altamente atentatória contra a Nossa Identidade

Porra, mas que treta é esta? Sardinhas a abraçar coca-cola? Com flores e fundo cor-de-rosa? Só podia ter sido feito por espanhóis...

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domingo, 20 de maio de 2007

Liberdade: um estudo de caso

Ontem foi notícia no Público o caso de um professor requisitado pela Direcção Regional de Educação do Norte (DREN) que foi suspenso de funções por ter comentado a licenciatura do primeiro-ministro José Sócrates. A directora regional justificou a suspensão por "poder haver perturbação do funcionamento do serviço". Segundo o blog de João Tilly o comentário não parece perturbador para o serviço:
— Vigarista? O maior vigarista é o Sócrates!

Quando muito pode ser perturbador para Sócrates, mas com comentários destes todas as figuras públicas estariam perturbadas neste momento. O caso foi denunciado à directora regional que convidou o autor a demitir-se, perante a recusa foi suspenso por 30 dias e foi aberto um processo disciplinar. Na minha opinião a "perturbação do funcionamento do serviço" foi provocada pela directora.

Entretanto o ministério decidiu pôr fim à requisição e o professor regressou ao seu estabelecimento de ensino, o que na prática significou o fim da suspensão. Se por um lado isto pode ser visto como uma tentativa de impedir um resultado favorável à providência cautelar entretanto interposta, também pode o ministério ter optado por uma situação neutra enquanto é concluido o processo disciplinar porque não existem condições para o professor continuar na direcção.

Vou estar atento à conclusão do processo. Depois das múltiplas referências à difusa "claustrofobia democrática" existente em Portugal chegou a vez de verificar na prática como está a nossa liberdade de expressão.

Ver ainda: comentário feito pelo professor no blog Quarta República

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sábado, 19 de maio de 2007

A verdade liberta

"E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará" (João:8:32)

Durante a minha visita aos "blogs de fim-de-semana" (os que não leio diáriamente) uma opinião no Insurgente chamou-me a atenção porque contestava uma afirmação ouvida na TSF: "o capitalismo é responsável por existirem cada vez mais pobres", teria dito o papa Bento XVI. Que não, dizia o autor: o papa só falou de "uma inquietante degradação da dignidade pessoal com a droga, o álcool e as subtis ilusões de felicidade". Mau, já não podemos confiar nos jornalistas?

Numa pesquisa que fiz encontrei uma fonte que aceitei como fidedigna, a transcrição completa do discurso do papa no sítio da Agência Ecclesia:

O sistema marxista, onde governou, não só deixou uma triste herança de destruições económicas e ecológicas, mas também uma dolorosa destruição do espírito. E vemos o mesmo também no ocidente, onde cresce constantemente a distância entre pobres e ricos e se produz uma inquietante degradação da dignidade pessoal com a droga, o álcool e as subtis ilusões de felicidade.

Existem diferenças entre "capitalismo responsável por mais pobres" e "no ocidente cresce distância entre pobres e ricos"; por outro lado o autor da opinião estava a citar de ouvido e não encontrei referências no sítio da TSF, nem conheço o contexto da afirmação. Mas a completa negação da crítica, por parte do Papa, à distância entre pobres e ricos não é correcta. E a associação entre ocidente e economia capitalista é frequente.

Não quero acusar o autor de má-fé, apenas da tendência natural que o "bloguismo de causas" tem para ouvir apenas aquilo que quer ouvir. Na realidade uma pesquisa no Google com [pope brazil "worrying degradation of personal dignity"] produz 12.800 entradas, enquanto [pope brazil "growing gap between rich and poor"] produz 23.000.

Mas o modo acrítico como as fontes agradáveis ao ouvido são aceites acaba por minar a credibilidade de quem as reproduz. Logo no dia seguinte outro Insurgente reproduzia uma opinião do Apaniguado, que citava o Gates of Vienna: "o Procurador Geral da República Finlandesa impôs que mediadores (indicados pelo estado) fossem nomeados para 'mediar' fóruns de discussão na internet (blogues incluídos!)". A censura na rede é um assunto a que dedico atenção e fui procurar mais informações.

Fontes mais próximas da origem mostram que quem conta um conto acrescenta-lhe um ponto: o que era uma sugestão ou desejo de forums e blogs terem obrigatória­mente os seus próprios moderadores transformou-se em dois passos num facto consumado com moderadores indicados pelo estado. A proposta é impossível de concretizar e apenas mostra falta de conhecimentos por parte do procurador.

Parece que, mais que com os jornalistas, é necessário ter dupla precaução com o bloguismo de causas.

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Flash games

despacha-te! aguenta! não morras! ah, quaaaaaase!


cuidado: os últimos níveis podem ser viciantes

mais jogos por aqui (via Boing Boing)

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sexta-feira, 18 de maio de 2007

Auto-regulação não é censura

Segundo um artigo publicado pela BBC, a OpenNet Initiative publicou os resultados de uma pesquisa (sem fonte) que aponta para uma crescente censura na rede (mais aqui). Registo com agrado a situação na Europa:

At the EU level there have been efforts over the past decade to create a common platform of "harmonized" Internet regulation. With regard to the filtering of online content, the emphasis has been on greater cooperation among industry, the public, and enforcement authorities within nations and increased voluntary industry self-regulation.

Quase todos os locais de comunicação na rede do tipo "um-para-muitos" (forums, blogs) têm algum tipo de regulação. Um dos meus preferidos é um sistema implementado em alguns forums onde os utilizadores ganham autoridade para regular depois de fazerem um determinado número de entradas, mostrando que estão empenhados naquele grupo de discussão. Outro exemplo de auto-regulação é a difusa "ética na rede", que também pode ser utilizada em comunicação "um-para-um" (e-mails).

A auto-regulação não deve ser confundida com censura. Quem considere que a sua posição está a ser incorrectamente suprimida tem a liberdade de procurar outro grupo ou criar um sítio pessoal: a liberdade de expressão não é um direito a "ser ouvido", é um direito a "poder falar".

A auto-regulação é uma arma eficaz contra a censura em sociedades onde existe liberdade de expressão porque diminui a possibilidade de puristas com poder se sentirem tentados a regular, começando com temas quase consensuais como a pornografia infantil. Este é um caminho com destino incerto. Prefiro uma filtragem clara oferecida pelos distribuidores de informação, continuamente sujeitos às preferências dos utilizadores, a uma filtragem imposta pelos governantes.

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Armas da liberdade

Intelligentsiya - intelligent resistance: Free. Fair. Fearless. Intelligentsiya is made up of Fiji Islanders who are libertarians in their own way and who cherish the free flow of news, ideas and information. Para o conseguir estão a escolher e divulgar as armas da liberdade:
If you use Gmail log in through Google secure server to prevent somebody intercepting and reading the messages you send and receive.

Also to get around those FINTEL blocks you could download Torpark, a highly modified version of the Firefox browser including a built-in Tor router to disguise your IP address. You can keep it on your USB and run it on any computer you use. Once you close the program it erases all your surfing information. A bit slow but safe. Find it here.

As Ilhas Fiji são um dos mais fascinantes paraísos do Pacífico Sul para quem as visita. Para quem lá vive a vida pode ser um inferno. A publicidade das Ilhas Fidji como destino turístico disfarça com sucesso a realidade social, onde o nítido conflito étnico com influência no sistema eleitoral parece ser a principal razão para uma "cultura do golpe": quatro golpes de estado em menos de 20 anos.

O último golpe de estado foi em Dezembro de 2006. As notícias acerca de limitações à liberdade de expressão, com suspensão de jornais e pressão sobre jornalistas, começaram logo a seguir e continuam. As eleições anunciadas "entre um e dois anos" estão previstas para 2010.

Agora chegou a vez dos blogs. Há uma semana o Sidney Morning Herald noticiava que os militares pretendiam encerrar os blogs anti-governamentais, já nessa mesma tarde. Hoje o Fiji Times Online (baseado nos Estados Unidos) reportava que o blog Resist Frank's Coup já não está disponível nas ilhas Fiji — e também não parece estar saudável cá por fora...

Parece que os militares fijianos, como o juiz que não sabia o que é um sítio na rede, estão a precisar de reciclagem. A censura dos blogs pode custar mais que os ganhos obtidos: todas as acções que possam ser entendidas como anti-democráticas vão afectar as opiniões sobre a legitimidade do governo, e podem ter efeito contrário ao desejado.

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quarta-feira, 16 de maio de 2007

Um anel de matéria negra

Não conseguimos ver o vento, mas sentimos que ele sopra
Myungkook James Jee

Crédito: NASA, ESA, and K. Borne (STScI)

Para explicar diversas observações que não cabem num modelo do universo feito unicamente com matéria do tipo que conseguimos observar directamente, muitos cientistas acreditam que existe outro tipo de matéria, a matéria negra, várias vezes mais abundante que a matéria visível ou conhecida.

Segundo esta teoria a matéria negra é um tipo de material que não emite, absorve ou reflecte qualquer tipo de luz, e por isso é muito difícil detectá-la. A única evidência para a sua existência é o efeito que exerce através da gravidade. No entanto as observações que suportam esta teoria não são abundantes. Cada observação é um acontecimento mediático, como aconteceu ontem com a divulgação de um anel de matéria negra.

Os astrónomos não conseguem ver a matéria negra, mas podem supor a sua existência em grupos de galáxias quando observam como a gravidade desses grupos curva a luz emitida ou reflectida por galáxias ainda mais distantes, um efeito chamado lente gravitacional.

A observação divulgada ontem foi teorizada como um choque entre dois grupos de galáxias, criando ondulações de matéria negra que alteraram a percepção de outras galáxias mais distantes — análogo à alteração que uma ondulação à superfície da água provoca na visão de pedras colocadas no fundo.

Esta simulação mostra duas vistas da interação entre os dois grupos de galáxias: à direita como vista da Terra, à esquerda como vista "de cima". Não se trata de um choque entre dois corpos compactos, as estrelas e planetas que formam os grupos de galáxias estão muito distantes uns dos outros e cruzaram-se no espaço:

Créditos: NASA, ESA, M.J. Jee (Johns Hopkins University), and A. Feild (STScI)

Muito mais por aqui.

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segunda-feira, 14 de maio de 2007

Microsoft ataca o mundo livre

Um título destes parece tirado de sítios como Microsuck ou de uma palestra de Richard Stallman. Mas não: é a minha tradução para o título de um artigo na rede da revista Fortune. Segundo o artigo, o gigante de Redmond afirma que o software livre tem boa qualidade porque viola mais de 200 patentes da Microsoft. E quer dividendos. Se o conseguir, o software livre vai deixar de o ser.

As patentes sobre software são um conceito relativamente novo. Não são direitos de cópia, que protegem um sistema operativo ou um programa de computador das cópias ilegais. As patentes são registos para a exclusividade de ideias. A Microsoft tem vindo a especializar-se nessa área e já registou ou tentou registar ideias abrangents ou mesmo completamente ridículas. Parece que chegou o momento de obter o retorno desse investimento.

Já há alguns anos que os defensores do software livre insinuam ataques pouco claros por parte da Microsoft; o litígio SCO-Linux é frequentemente citado como exemplo. O acordo entre a Microsoft e a Novell, analisado por outro ângulo no artigo da Fortune, foi visto como um sinal de alerta. Mas muitos defensores do software livre vêm a Microsoft como a mãe de todos os males, as intenções não eram evidentes. No entanto agora trata-se de um ataque directo.

Se a Microsoft tem algo a apontar, seja clara. Os tribunais decidirão quais são as queixas válidas e a comunidade encontrará outras soluções. No entanto a recusa em identificar patentes específicas ou explicar como estão a ser infringidas parece confirmar alguns receios. Dizem que o objectivo da Microsoft é fazer passar a ideia que o software livre está contra as regras, próximo da pirataria, procurando estabelecer licenças com as grandes companhias (que estão dispostas a pagar para evitar problemas), trazendo para as corporações os contratos de manutenção que animam muitos activistas — aqueles que, afinal, são autores do software livre.

Há cerca de 10 anos abandonei o meu quase-envagelismo pelo Mac e converti-me agnósticamente ao Windows. Continuo a utilizar o Explorer, é mais rápido a iniciar e os desajustamentos das páginas não me impedem de ler o conteúdo. Nunca utilizei o PowerPoint, deixei de utilizar o Word; são escolhas pessoais, não é animosidade contra a Microsoft. Mas neste momento estão a atravessar a linha da minha indiferença.

Microsoft, shame on you!

Nota final sobre patentes ridículas:
até ver esta é a minha preferida



Actualização terça-feira, 15 de Maio de 2007:
Uééé, afinal tenho um leitor!

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domingo, 13 de maio de 2007

Vão dar banho à minhoca!

Hoje recebi uma daquelas mensagens electrónicas (e-mail) que tentam obter o acesso a contas bancárias. Para mim era uma falsificação evidente e o pensamento imediato foi — mas alguém ainda cai nestas aldrabices? Esta técnica é conhecida como "phishing", uma deturpação de fishing = à pesca, e foi bastante utilizada alguns anos atrás.

Meios de informação colocam a quantidade de utilizadores nos Estados Unidos que foram vítimas de "peska" entre 1 milhão e 2 milhões / ano. Apesar das previsões que apontavam para a diminuição do número de ataques à medida que os bancos melhorassem as páginas de acesso e os utilizadores ficassem mais conscientes do perigo, o número de ataques não está a diminuir (mas o número de contas "peskadas" pode ter diminuído).

Em Portugal a "peska" ainda não fez oficialmente qualquer vítima, segundo um artigo do Expresso: os bancos nunca admitem ter sido alvo desta fraude por estarem cotados e isso poder prejudicar a sua credibilidade; as instituições financeiras têm um fundo de maneio para indemnizar clientes que tenham sido vítimas de "phishing".

Como curiosidade, ou uma forma de evitar chatices ao improvável leitor, aqui fica o e-mail tal como o recebi e alguns pormenores:


                                       

Estimado(a) Cliente,
             Com o intuito de melhor o servir, o Caixa Geral de Depositos, Millenium Bcp e Banif vem transmitir-lhe que está a proceder á verificação e actualização dos dados do cliente.
Com vista a este fim, somos a pedir-lhe que verifique e actualize os seus dados. Para sua maior comodidade poderá fazê-lo através do endereço abaixo mencionado.


https://onlineacesso.pt/Cliente/loginStart.do

            O cliente dispõe de 10 dias úteis para proceder á actualização de dados. Sendo que não o faça poderá ver o seu acesso restringido. O correcto preenchimento desta informação é fundamental para que as suas operações se façam sem prejuízo, para si.


Gratos pela sua preferência, apresentamos os nossos melhores cumprimentos.


**Por favor Não responda A Este Email Porque Você Não receberá Uma Resposta***


Todos os direitos reservados.
As marcas registadas e os tipos designados são da responsabilidade dos respectivos proprietários.


Seguindo o atalho proposto vamos ter a um servidor mexicano onde podemos escolher um dos bancos e, noutra página, indicar os nossos dados pessoais. As segundas páginas estão razoavelmente disfarçadas, em bom português, com atalhos para as páginas reais (do banco). Para detectar a origem utilizei o Whois do SamSpade, trata-se aparentemente de um cliente da MegaCable SA com IP fixo. Reencaminhei o e-mail recebido para a MegaCable com uma mensagem a sugerir que retirem as "redes de peska".


Actualização:
O endereço inicial é para uma universidade em Marrocos. Possivelmente trata-se de estudantes que ganharam acesso ao sítio dos mexicanos e aproveitaram o fim-de-semana para colocar as redes.


Actualização terça-feira, 15 de Maio de 2007:
O sítio dos mexicanos já está em baixo e as páginas estão actualmente nas filipinas. O anterior tinha uma instalação Apache, o actual mostra a página de login do SquirrelMail. Gostava de investigar as vulnerabilidades utilizadas para ganhar acesso, mas tenho mais que fazer.

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sábado, 12 de maio de 2007

Mi isla al mediodia

El cubano de la isla, un tipo común que mira y mira y cada vez entiende menos:

En fin que la economía cubana sigue dirigida por señores que son expertos en repartir la riqueza pero no parecen tener la menor idea de cómo hacer para producirla. Durante años era solo cuestión de repartir más o menos equitativamente lo que la URSS nos mandaba. Ahora nadie manda nada y lo que producimos apenas alcanza para subsistir. Sinceramente espero que algún día alcancen a darse cuenta de que es un problema de fondo, una deficiencia estructural en una economía estatalizada y politizada hasta en los más mínimos detalles. Supongo que por eso nuestros funcionarios se dan tantos viajes a China. Ojala puedan aprender algo útil que justifique esos viajes tan largos.

Não é fácil encontrar blogs escritos na ilha. Podes seguir as ligações das páginas anteriores, sabendo que quem dá o nome está provavelmente no exterior ou nem é cubano; outros pontos de partida são a revista de blogs e o colectivo "todo el mundo habla".

De blog em blog fui ter ao do Rui Ferreira, "el portugués que nos entiende", um puto da minha idade nascido em Lisboa que agora anda por Miami a escrever sobre Cuba. Um video que ele dedica a todos os amigos do "El Nuevo Herald":

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sexta-feira, 11 de maio de 2007

A matéria negra existe?

Matéria negra (dark matter) é um conceito de matéria que não emite ou reflecte radiação electromagnética e apenas pode ser detectada por outros efeitos — por exemplo, gravíticos — sobre matéria visível. Para perceber melhor o termo utilizado a matéria negra apenas interage através da gravidade.

Eu — sem conhecimentos — acredito numa realidade mais simples: o nosso modelo de matéria é insuficiente para explicar todas as observações efectuadas, nomeadamente sobre grandes quantidades da dita, e a "matéria escura" é uma abstracção para algo que ainda não conseguimos explicar.

O inexplicado sempre me atraiu, e vou seguir com atenção a tele-conferância que a NASA vai promover no próximo dia 15, onde vai ser discutida a maior evidência até hoje de que a matéria negra existe. Já existe um local onde vão ser colocados imagens e gráficos, woow this is really exciting!!!


Ah ah ah, more NASA's Exciting Discoveries

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quinta-feira, 10 de maio de 2007

A importância das cores

Ver antes: compressão jpeg


Os quadrados A e B têm a mesma cor.

Difícil acreditar sem verificar… esta imagem é fabricada, não esperes ilusões como esta em fotografias. Mas é uma boa introdução para a questão: qual é a importância das cores na percepção de imagens?

As cores são importantes para codificação, nos semáforos por exemplo; mas qualquer combinação de cores (verde / amarelo / vermelho) é suficiente, não são necessárias cores específicas — um amigo disse-me uma vez que o verde dos semáforos, para ele, estava mais próximo do azul que do verde. Pouco ou nada sentimos a falta de cores em fotografias antigas, ainda hoje são feitos filmes "a preto e branco" ou "descoloridos". Para o nosso sistema visual a percepção de formas e detalhes é influenciada essencial­mente pela luz e pelos contrastes.

A menor importância das cores na interpretação de imagens foi (e continua a ser) uma característica utilizada para reduzir a quantidade de informação suficiente para o transporte e armazenamento de fotografias e filmes. A televisão analógica utiliza uma pequena parte do espaço (largura de banda) reservado a cada canal para transmitir as cores, em parte porque a cor foi "encaixada" no espaço inicial­mente atribuído. Mas a televisão digital também utiliza menos espaço para as cores que para a luz.

Quando a norma JPEG foi escrita este facto foi, muito provavelmete, tomado em consideração. No entanto não foi definido que as imagens seriam codificadas como luz+cor, ou que existiria redução de cor. A separação entre luz e cor foi definida pela especificação JFIF através da equação que transforma a codificação (espaço de cor) RGB na codificação YCbCr:

Esta equação transforma três cores primárias — vermelho, verde, azul — numa componente [Y] de luz e duas componentes [Cb, Cr] de cor. Repara que o peso da cor verde é preponderante (58,7%) na componente de luz resultante: o olho humano é mais sensível à luz verde que à vermelha ou azul.

A especificação JFIF não quantifica como as duas componentes de cor são reduzidas, apenas define a relação espacial entre as várias componentes caso exista redução. A quantificação foi resultado das implementações, nomeada­mente através da biblioteca código aberto disponibilizada pelo Grupo Independente JPEG. Na prática cada componente de cor é reduzida para 1/4 do tamanho original calculando a média de quatro pontos; este método é tão consensual que rara­mente é colocado como opção nas ferramentas para utilizadores.


Imagem original


Componente luz reduzida, 75% do tamanho original


Componentes cor reduzidas, 50% do tamanho original

Nas imagens anteriores podemos ver o resultado da diminuição da componente luz e da redução das componentes cor. Só uma observação minuciosa consegue detectar diferenças entre a primeira e terceira imagem.

A diminuição de cores permite reduzir a imagem para metade do tamanho original.

notas técnicas:
- a imagem "original" foi guardada como jpeg sem perder cores ou detalhe (apenas tem erros de arredondamento); com o programa IJG o comando é "cjpeg -quality 100 -sample 1x1 -optimize …", com o popular IrfanView as opções são "disable color subsampling" e "quality 100"
- para reduzir luz sem perder detalhe foi utilizado o comando "cjpeg -quality 100 -sample 1x1,2x2,2x2 -optimize …"
- as cores foram reduzidas com "cjpeg -quality 100 -optimize …"; quase todos os programas permitem esta opção com "quality 100"


A seguir:

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quarta-feira, 9 de maio de 2007

Projectos e realidades

O projecto Galileu foi criado pela União Europeia como um novo sistema de navegação por satélite, independente do GPS estado-unidense. Este último é gerido por militares e os EU reservam o direito de limitar a força ou precisão do sinal, ou mesmo de bloquear o acesso público ao GPS (o bloqueio nunca aconteceu).

O projecto foi decidido por razões políticas (independência dos EU, dois meses depois da invasão do Iraque — no entanto, o processo foi iniciado quatro anos antes) e também por razões técnicas (maior precisão e tolerância a erros). Pelo menos o segundo tipo de razões tem sido atenuado nos últimos anos.

Ontem o projecto foi notícia porque termina amanhã o prazo dado para que os privados envolvidos se entendessem. Se não existir acordo o investimento público terá de ser maior que o inicialmente previsto.

Mais de 3 mil milhões de euros, participado por privados… onde é que eu já ouvi isto?


actualização Sexta-feira, 11 de Maio de 2007:

Para garantir o melhor valor para o dinheiro dos impostos [!!!], a comissão propõe construir as infraestruturas com fundos públicos. Pontos de exclamação meus.

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domingo, 6 de maio de 2007

Dia de eleições


Hi there voters, how do you feel?
Tired of the same old voting deal?
Well, look who's back with a brand new style,
a brand new look and a brand new smile!


The Pinker Tones, Karma Hunters


A minha esposa viveu vários anos em França e ainda mantém a nacionalidade francesa. Os cidadãos franceses residentes no estrangeiro podem votar e fui "obrigado" a seguir as eleições presendiciais que terminaram hoje com a vitória de Sarkozy. Para um observador externo o resultado era previsível.

Ségolène pareceu-me pouco convincente, propondo alterações a uma situação que não agrada a muita gente — os resultados de Le Pen há 5 anos e de Bayrou na 1ª volta mostram que existe uma vontade de mudança. Fiquei com a sensação que o discurso não era dela; pouco recomendável para umas eleições centradas no indivíduo.

Sarkozy parecia sentir o que dizia. As respostas eram mais claras, com frases curtas que pareciam sair de uma lista. E com chavões que agradam a qualquer francês — o mais sonante era algo como "quero devolver à França o que a França me deu".


Nas eleições da Madeira ganhou Jardim com um resultado esmagador. Praticamente recebeu o apoio de 2 em cada 3 votantes. Confesso que não simpatizo com Jardim, nunca percebi se ele me inclui entre os "cubanos do continente" e, em comunicação, o responsável pela clareza da mensagem é o emissor. Os madeirenses vêem-no assim:
Índice de disparidade do PIB per capita (EUR 25=100)
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003
69 70 74 78 81 87 86 89 90

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Islam vs. Islamists

Há cerca de 2 anos a Corporation for Public Broadcasting [CPB], "a private corporation funded by the American people", aprovou um conjunto de documentários para TV para analisar os efeitos do 11/Set nos muçulmanos Afro-Americanos e as emoções e tensões à volta da identificação nacional e religiosa.

Entre os projectos aprovados estava um documentário do canadiano Martyn Burke cujo tópico era a guerra dos extremistas Islâmicos com a sua própria fé e como as suas ambições e escolhas afectam o potencial socio-económico do mundo Muçulmano.

Um ano depois o documentário constava de uma lista de 8 filmes a serem transmitidos, entre outros que também receberam fundos. O trabalho já tinha nome e o tópico já era mais preciso: Islam vs. Islamists vai debater como os extremistas Islâmicos estão em guerra com os moderados na sua própria fé; os autores vão focar vários Muçulmanos moderados na luta para manter valores democráticos face às ameaças e intimidação dos extremistas.

No entanto o documentário não foi transmitido. Que aconteceu entretanto? Aparentemente o filme foi preterido devido à luta política nos meios de informação. Os produtores da série dizem que o filme iria promover o receio do público acerca das organizações Islâmicas. Segundo o autor do filme, os produtores queriam afastar os sócios (Frank Gaffney e Alex Alexiev), que o tinham envolvido no filme, porque eles eram conservadores; Martyn Burke recusou e o filme foi preterido.

Mais informações em "Free The Film".

Martyn: liberta isso para BitTorrent que o povo da rede trata do assunto!

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sábado, 5 de maio de 2007

Iraqi Konfused Kid

News and articles about the absurdity of living by an Iraqui former heavy-metal guitarist:
All in all, it's a very confusing scene. People, both Iraqi and American, are growing extremely pessimistic, whatever happens, there is a huge possibility that we will be back to zero and more than that, a tyrannical regime(s) firmly in place and feeding on sectarain sentiments on either side, I don't miss Saddam's times, as there was no color to life then and nobody was happy, even though they do not admit it right now, and I will not fix wrong by wrong no matter what, don't you wish it were just like the movies, where the bad guys could be identified just by a look, it is not like this all. Whatever happens, Iraq's chance of recovery is incredibly slim, maybe it's just best to let the troops out and let the war begins, cuz we're all so very tired.

Num registo mais maduro, outra perspectiva pessoal sobre o Iraque.

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Compressão JPEG

O comité JPEG foi criado em 1986 por dois institutos de standardização, ISO e ITU-T, como um agregado de vários grupos que trabalhavam na apresentação de gráficos com a qualidade de fotografia. O espaço necessário para o armazenamento de imagens e a velocidade de transmissão eram problemas ainda maiores que hoje, e naturalmente o comité JPEG concentrou-se na compressão de dados. Seis anos depois publicou o seu trabalho mais conhecido, o standard ISO 10918-1 / recomendação ITU-T T.81.

Com uma diferença de dois anos o grupo de trabalho MPEG produziu o MPEG-1, standard em que se baseiam o Video CD e MP3. JPEG e MPEG partilham mais que as três letras finais: eles definiram a ideia base que permite a difusão de conteúdos digitais com os equipamentos actuais -- compressão com perda de dados (lossy compression).

Estas são as taxas de compressão conseguidas por formatos bastante utilizados quando comprimi algumas fotografias; sem compressão com perda as coisas seriam mais lentas (ou mais pequenas ou mais feias) na internet:
zip (toda a cor)   ############################# 72%
png toda a cor  ######################### 63%
gif (256 cores)  ######### 23%
png 256 cores    ######## 21%
jpeg qualidade 80  ### 8%

Boa, a partir de agora só vou utilizar JPEG

A compressão com perda não é adequada para todas as imagens. Desenhos com linhas bem definidas ficam com distorções facilmente detectáveis quando comprimidos pelo método JPEG; PNG indexedado (256 cores) é melhor para estes casos. Além disso JPEG não permite transparência ou animação, e é um formato final -- nunca guardes as etapas do teu trabalho como JPEG. Mas se queres colocar fotografias na rede ou enviá-las por correio electrónico, JPEG é o formato indicado.

Como funciona: descrição geral

A especificação JPEG define duas formas para comprimir dados sem afectar a percepção que nós, humanos, temos acerca da imagem: diminuir informação sobre as cores, diminuir informação sobre os detalhes.

Penso que o segundo método é claro: a "visão geral" é suficiente para apanhar o significado de uma imagem, geralmente não reparamos na maior parte dos detalhes; com o método JPEG todos os detalhes são representados mas são codificados com menos dados. Dizer isto é fácil mas fazê-lo é mais difícil e ainda mais difícil é fazê-lo rapidamente; o algoritmo tem que detectar os detalhes genericamente, para qualquer imagem. A especificação JPEG fá-lo com um método elegante e permite que o utilizador controle a perda de detalhe, é isso que define a "qualidade jpeg".

A "diminuição de cores" pode ser menos evidente. A especificação JPEG não a define em pormenor, apenas permite diferentes densidades para cada componente da imagem. Os humanos necessitam três componentes para ver imagens coloridas -- como RGB, CMY ou Lab -- e o método JPEG permite codificar imagens em qualquer espaço com pesos específicos para cada componente. Antes da aprovação da JPEG já Eric Hamilton publicava a especificação JFIF, que definiu um formato para as imagens JPEG utilizando o espaço YCbCr. O tipo image/jpeg designa na realidade os ficheiros JFIF; imagens JPEG são sequências de bits que podem ser incluidas noutros formatos, por exemplo como imagens-chave nos filmes MPEG.

Depois da "diminuição de detalhes", os dados ficam numa forma muito adequada para diminuir a entropia, um método bastante utilizado para comprimir dados sem perder informação (losslessly compression) -- é o que se passa com o formato mais utilizado dos ficheiros zip. A especificação JPEG define em pormenor um passo final para "apertar os bits".

JPEG é Open Source

Uma das decisões do comité JPEG foi manter parte da especificação livre de patentes conhecidas. Para diminuir detalhes foi utilizada a transformada discreta de cosseno. O codificador de entropia guarda cada valor significativo (não zero) através do seu tamanho mínimo em bits, com codificação huffman para sequências de zeros e magnitude dos valores.

Enquanto a especificação JPEG estava a ser aprovada e a JFIF estava a ser escrita, o Grupo Independente JPEG começou a escrever uma biblioteca portável em linguagem C para compressão e descompressão. Esta biblioteca permitiu uma rápida adopção do novo standard e é actualmente utilizada como suporte JPEG por muitos programas.

A seguir:

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Mudar de vida

Numa reportagem recente acerca do comboio urbano da margem-sul, uma jovem com 24 anos afirmava "espero sair daqui para a reforma". Com a actual legislação isso significa 40 anos a trabalhar na mesma empresa.

Um emprego para a vida era o desejo dos nossos pais. A realidade parece não se adequar a esse desejo. Devido a problemas como falências e deslocalizações; ao desejo de obter melhores remunerações ou condições de trabalho; ou simplesmente porque as funções que ontem eram agradáveis hoje já não satisfazem: actualmente estamos "condenados" a ter vários empregos.

Num artigo publicado no New York Times uma sondagem mostrava que os profissionais nova-iorquinos esperam, em média, alterar o percurso 3 vezes e apenas 28% esperam um emprego para a vida. Mas mesmo estas expectativas parecem ser contrariadas pela realidade: quem nasceu nos últimos anos do "baby boom" [década 1960] teve, em média, 10.5 empregos dos 18 aos 40 anos.

Pessoalmente penso que após vários anos a exercer a mesma função as pessoas se tornam um obstáculo à mudança. O princípio é: sempre funcionou bem assim, para quê mudar? No entanto as necessidades à sua volta foram alteradas, a tecnologia permite outro tipo de desempenho ou relações.

Parte da responsabilidade é de quem decide: em vez de procurarem valorizar os trabalhadores através de formação e circulação preferem enviar os "desadequados" para a prateleira ou o desemprego. Mas os indivíduos também são culpados quando se "encostam" à certeza das competências adquiridas e esquecem que é mudando que nos mantemos vivos. Ficam velhos antes de envelhecer.

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sexta-feira, 4 de maio de 2007

Oh Nine, Eff Nine

A publicação de uma chave numérica que, presumivelmente, permite ler HD-DVDs protegidos em qualquer leitor está a tornar-se numa afirmação do cidadão global pela liberdade de expressão.

A reacção começou quando a Advanced Access Content System (AACS) começou a notificar sítios como o digg.com e o blogger.com, requerendo que a referida chave fosse eliminada dos conteúdos.

O tiro saiu pela culatra: há três dias uma pesquisa no Google com a chave "entre aspas" apresentava menos de 10.000 páginas, neste momento já há cerca de 843.000; vários domínios foram criados e fechados, a chave foi impressa em t-shirts e já exite uma canção com a chave como letra:



Como tinha referido aqui os tempos estão difíceis para os censores.

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terça-feira, 1 de maio de 2007

Direitos de execução

SoundExchange é uma agência que, nos Estados Unidos, cobra e distribui direitos relativos à reprodução de música através de meios digitais, como a internet. Estes "direitos de execução" são diferentes dos direitos de autor: não se trata aqui de quem criou os temas, mas de quem efectuou a gravação. Foram criados através de legislação e SoundExchange (um filho da RIIA) é a entidade que controla cobrança e distribuição.

Estes direitos não são cobrados às estações de rádio hertzianas nos EU, devido às pressões exercidas pela National Association of Broadcasters [NAB]; mas esta é uma excepção, não a regra "ocidental".

Nos últimos meses a SoundExchange tem sido criticada. Primeiro foi a constatação que alguns/muitos executantes não recebiam os direitos: a SoundExchange cobra por qualquer peça de musica transmitida mas só paga a quem os reclama. Agora [a partir de 15 Maio], novamente por legislação, os direitos passam a ser cobrados por música por ouvinte, o que está a provocar uma reacção das radios em rede; pelo menos radios com pouca publicidade ou nenhuma terão que fechar ou alterar o modelo.

A SoundExchange portuguesa parece chamar-se PassMúsica.

Todo o produtor tem direito a ser recompensado pelo seu trabalho. No entanto a fixação de valores através de lei e a cobrança indiscriminada desses pagamentos parece-me contrária à liberdade que cada um deve ter para negociar essa recompensa. Acredito que alguns autores/executantes queiram outros tipos de contrato, ou até abdicar dos "direitos de execução", de forma a verem o seu trabalho mais divulgado.

Por outro lado parece-me que todos os "cobradores" têm monopólio em cada país. Mesmo que sejam entidades sem fim lucrativo algo hão-de cobrar para custos da organização. Com o tempo, protegidas pela legislação, essas entidades podem tornar-se máquinas burocráticas e deixar de servir os seus "clientes".

Exagerando, é o mesmo que todos os canalizadores receberem o mesmo valor seja qual for o tipo de obra; as cobranças serem feitas por uma entidade para-governamental; e o meu vizinho ser obrigado a pagar se eu for lá a casa apertar uma torneira.

One of the wonders of the world is going down

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